Mulher brasileira, vamos abordar um tema que toca profundamente a nossa autoimagem e autoestima: o envelhecimento e como ele impacta nossa percepção de beleza e valor pessoal. Como psicóloga, quero trazer luz à importância de cultivar uma relação mais saudável com nossos corpos à medida que envelhecemos, através da perspectiva da terapia de aceitação e compromisso e do movimento de neutralidade corporal.
O Impacto do Envelhecimento na Autoimagem das Mulheres
Envelhecer é um processo natural da vida, e cada fase traz consigo suas próprias belezas e desafios. Infelizmente para nós mulheres, especialmente em culturas que valorizam intensamente a juventude e a aparência física, enfrentar o envelhecimento pode ser particularmente doloroso. Muitas de nós crescemos e evoluímos em sociedades que medem nosso valor através da lente estreita da beleza física e seus padrões. Mas é essencial entender que nossa aparência é apenas uma parte de quem somos, não nosso todo. Eu sei, eu sei…muito fácil falar, difícil fazer. Mas vem comigo e vamos juntas desevendar estratégias para repensar essa relação com nossa aparência física.
Neutralidade Corporal: Uma Nova Forma de Relacionamento Com o Corpo
O conceito de neutralidade corporal surge como uma abordagem fresca e necessária, que propoem desviar o foco da aparência física para valorizar o corpo pelo que ele é capaz de fazer. Ao invés de nos vermos apenas como objetos a serem moldados e aprimorados estéticamente, podemos começar a enxergar nossos corpos também como instrumentos de nossas experiências e vivências. Afinal de contas é esse corpo que te permite sentir o afeto de alguém através de um abraço, a alegria da vitória depois de correr 10km, ou o arrepio de descer uma montanha russa…Nosso corpo não é apenas uma argila que modificamos em busca de aprovação alheia (no caso das mulheres hétero ou bi, dos homens) as custas de nosso bem-estar muitas vezes.
A neutralidade corporal não sugere que devemos amar nosso corpo o tempo todo – o que pode ser um padrão irreal e pressionante. Em vez disso, encoraja uma relação mais neutra e menos crítica. Tampouco diz que devemos descuidar da aparência. Novamente, esse cuidado deve se somar a outras fontes de prazer que o corpo pode te proporcionar.
A neutralidade corporal é um movimento que se soma à positividade corporal. A positividade corporal surgiu há algumas décadas visando a construção de uma sociedade mais igualitária e acessível para corpos marginalizados (como pessoas com deficiência, pessoas gordas, pessoas trans, entre outros). Não é apenas sobre amor próprio a todo custo como vemos por ai, mas sim um movimento coletivo que visa uma sociedade mais inclusiva (pensando acesso a trabalho, transporte, entre outros).
Terapia de Aceitação e Compromisso
No contexto da terapia de aceitação e compromisso (ACT), podemos aprender a aceitar nossas respostas emocionais ao envelhecimento, enquanto reconhecemos que nossa aparência não precisa definir nosso valor. A ACT nos ajuda a nos comprometer com ações que estão alinhadas com nossos valores mais profundos, o que pode significar cuidar de nós mesmas de uma maneira que celebre nossa totalidade, não apenas nossa superfície, mesmo que o envelhecimento provoque muitas emoções e pensamentos desagradáveis sobre nosso valor perante o outro.
Práticas de Aceitação
- Mindfulness (atenção plena): Cultivar uma prática de mindfulness nos ajuda a viver no momento presente e apreciar o que nosso corpo pode fazer agora, em vez de nos prendermos ao que costumávamos ser, como costumávamos parecer ou o que pode acontecer com nosso corpo no futuro. Você pode fazer isso se conectando com o momento presente, sem julgar.
- Valores Pessoais: Identificar e viver de acordo com nossos valores, que podem incluir a saúde, o amor, a criatividade e a comunidade, em vez de priorizar apenas beleza externa. Ela pode sim ser parte de sua vida caso seja do seu gosto, mas não precisa ser o centro da sua fonte de autoestima, por exemplo. A longo prazo, se torna insustentável gostar de si mesma apenas se você se sente bela jovem.
- Comunidade e Suporte: Construir e/ou se inserir e manter redes de suporte que valorizem quem somos em nossa essência também, promovendo um ambiente onde o valor não é apenas estético.
Conclusão
A vocês, minhas queridas leitoras, pergunto: É possível redefinir a relação com nossos corpos para uma que seja mais neutra e menos crítica com o processo natural do envelhecimento? Acredito firmemente que sim. Envelhecer pode ser uma experiência enriquecedora, repleta de conhecimento e emoções agradáveis também. Compartilhem suas histórias e opiniões nos comentários abaixo. Como vocês estão navegando por essa jornada? Vamos conversar e apoiar umas às outras neste caminho, que terá muitos desafios. Espero que este post possa inspirar vocês a olharem para si mesmas com mais amor e compaixão, reconhecendo que somos muito mais do que nossa aparência, independente do que a sociedade diga sobre nós.
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