Já ouviu falar em autoeficácia? Essa palavra pode ser desconhecida para você, mas saiba que ela pode ser a chave para desenvolver a confiança em si mesma/o e enfrentar desafios da vida no exterior de forma mais resiliente. Isso significa que, para se adaptar e se sentir bem em um novo ambiente cultural é importante que a gente confie nas nossas próprias habilidades e competências. Cultivá-la é essencial para lidar com os desafios de maneira construtiva e aproveitar as oportunidades oferecidas pela vida no exterior.
A autoeficácia intercultural é uma crença em si mesma/o em relação à capacidade de realizar uma tarefa, alcançar um objetivo ou lidar com situações difíceis em um novo país. É uma percepção construída que envolve uma avaliação subjetiva sobre nossas habilidades, conhecimentos e recursos, e pode influenciar significativamente nossa motivação, desempenho e resiliência diante de desafios. Quando uma pessoa migrante acredita em si mesma, ela pode aprender a lidar com as diferenças culturais, fazer novas amizades e encontrar um lugar na nova sociedade.
O psicólogo Albert Bandura foi um dos pioneiros a estudar a autoeficácia. Hoje, com mais estudos, sabemos que a autoeficácia é influenciada por fatores internos, como pensamentos e sentimentos, bem como fatores externos, como receber feedback e ter experiências de sucesso. A boa notícia é que a autoeficácia pode ser desenvolvida e fortalecida ao longo do tempo através da exposição gradual a desafios e da prática de determinadas habilidades.
Nem tudo se resume a uma boa autoestima: explicando a diferença entre autoestima e autoeficácia
A autoestima e a autoeficácia são habilidades distintas que podem ter uma relação complexa entre si. Enquanto a autoestima se refere a um sentimento de valor próprio, a autoeficácia se relaciona com a confiança em nossas habilidades para lidar com situações específicas. Quando a autoestima é elevada e a autoeficácia é baixa, a pessoa pode se sentir bem consigo mesma, mas ter dificuldades para enfrentar situações desafiadoras. Já quando a autoeficácia é alta e a autoestima é baixa, a pessoa pode ser habilidosa em tarefas específicas, mas ter dificuldades em sentir-se valorizada como pessoa. Por isso, é importante trabalhar na construção de ambas habilidades de forma equilibrada e integrada.
Conheça 8 maneiras de cultivar a autoeficácia intercultural:
1. desenvolver autoconhecimento e autocompaixão. Ter uma relação compassiva consigo mesma/o significa tratar os próprios sentimentos, pensamentos e comportamentos com gentileza. Por exemplo, ao nos depararmos com uma situação chata no trabalho, podemos lembrar que é normal cometer erros e nos permitir aprender com eles. Isso pode aumentar nossa autoestima e confiança, e nos ajudar a ser mais corajosas/os em nossas ações, fortalecendo nossa autoeficácia.
2. pessoas perfeccionistas e autocríticas podem aprender a lidar com incertezas e falhas de forma mais resiliente através da Terapia de Aceitação e Compromisso. A prática de atenção plena e auto-observação ajuda a identificar e desafiar os padrões de pensamento perfeccionistas e autoexigentes, permitindo uma visão mais equilibrada e realista de si mesmo. Autoeficácia não é sobre atingir a perfeição, mas confiar em suas habilidades e enfrentar desafios com autenticidade e compaixão.
3. aprender com as experiências positivas e negativas. É importante celebrar as pequenas vitórias, como fazer uma nova amizade ou falar uma nova palavra em outro idioma. Ao mesmo tempo, é importante aprender com os erros e desafios, refletindo sobre o que pode ser feito de forma diferente da próxima vez.
4. é importante começar reconhecendo que a adaptação a um novo ambiente é um processo que leva tempo, por isso é fundamental desenvolver a paciência. Aprender um novo idioma, compreender a cultura e os costumes locais, fazer amizades e estabelecer conexões interpessoais pode ser difícil, mas com perseverança e confiança em suas habilidades, é possível superar esses desafios.
5. participar de grupos de imigrantes, estudos de idiomas, clubes esportivos ou associações culturais pode estabelecer conexões e fortalecer laços com a comunidade local, oferecendo suporte emocional e informações úteis. O feedback e suporte de pessoas significativas na vida também influencia a confiança em nossas habilidades.
6. ser flexível e aberto/a a novas experiências é essencial para aumentar a autoeficácia. A vida no exterior oferece muitas oportunidades únicas e emocionantes para aprender e crescer como pessoa, e viver os desafios ou invés de evitá-los pode nos fortalecer para lidar com situações difíceis em um novo país.
7. conectarmos com nossos valores pessoais e agirmos de acordo com eles, mesmo diante das dificuldades. Por exemplo, para alguém o contato com a natureza e o meio ambiente é valioso e, mesmo vivendo em uma cidade grande, pode buscar opções de transporte mais sustentáveis, consumir produtos sustentáveis e participar de iniciativas locais de proteção ambiental. Essa pessoa pode aumentar sua auto eficácia, construindo uma vida mais autêntica com senso de realização e de propósito.
8. lembrar que cultivar a autoeficácia intercultural é um processo contínuo. É algo que deve ser trabalhado ao longo do tempo, à medida que experimentamos diferentes situações. Mas com perseverança, compaixão e autoconfiança, é possível desenvolver a autoeficácia intercultural e aproveitar ao máximo nossa vida no exterior.
Diante de tantas dificuldades que enfrentamos no exterior, muitas vezes é difícil manter a motivação e a confiança. Mas com prática e perseverança, podemos desenvolver autoeficácia para alcançar nossos sonhos. Isso pode ser feito através do autoconhecimento, autocompaixão e engajamento em atividades alinhadas com nossos valores pessoais. A terapia, como a Terapia de Aceitação e Compromisso, pode ser útil nesse processo. Saiba mais sobre a terapia online da Intercambiamente.
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