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Morar no exterior: a dor de ser esquecida/o

Para aquelas pessoas que deixam suas casas e vão para um país estrangeiro em busca uma vida melhor, a decisão é sempre difícil. E enquanto as oportunidades podem ser maiores em outros lugares, o preço que se paga pode ser alto.Uma das coisas mais difíceis para nós migrantes é estar longe de quem a gente ama em momentos importantes. Dói não ser abraçada no aniversário, não ver a família no natal, não ser convidada para ser madrinha dos filhos da amiga, dói não conhecer o sobrinho, não acompanhar os pais envelhecerem. O medo de ser esquecida/o por aqueles que deixamos para trás é real, e pode ser devastador. Esse é um tema importante e raramente discutido.

 

 

Além disso, a distância pode fazer com que os vínculos com familiares e amizades sejam afetados. As relações mudam, alguns laços se enfraquecem e, com o tempo, pode ser difícil manter a conexão com as pessoas que você ama. “Quem não é vista/ou não é lembrada”, nunca fez tanto sentido quanto depois de alguns anos fora do Brasil. Dói mas é verdade:as pessoas por lá seguem a vida sem você. 

 

E o que acontece quando você volta para casa? É natural esperar que tudo esteja exatamente como você deixou, mas muitas vezes não é o caso. Os parentes e amigos/as que você deixou para trás seguiram em frente, tiveram novas experiências e construíram novos relacionamentos, assim como você. E, embora ainda possa amá-los muito, você pode sentir como se tivesse perdido o seu espaço e que está “incomodando”. Fere o nosso ego, é frustrante.

 

E o que dizer daquelas/os que nunca conseguem voltar para casa? As pessoas migrantes que ficam anos, ou até décadas, sem ver suas famílias e amigos/as por restrições de visto ou dificuldade financeira? O medo de serem esquecidas/os só aumenta, e a dor de perder momentos importantes pode ser quase insuportável.

 

Infelizmente, nem sempre é fácil manter uma conexão, especialmente quando estamos lidando com uma distância física tão grande. É importante lembrar que as pessoas que você deixou para trás não param a suas vidas, e nem sempre é possível encaixar você em suas rotinas. Por mais difícil que possa ser, é preciso aceitar que, às vezes, não seremos lembradas/os em todas as datas comemorativas ou eventos importantes. E talvez a gente faça o mesmo. É uma parte natural da vida, e não há nada de errado nisso. Quando você se sentir distante das suas pessoas queridas, respire fundo e lembre-se de que esses sentimentos são normais. Não há uma fórmula mágica para apagar a frustração que você sente,mas entender que as coisas mudam, a gente querendo ou não, pode ajudar a aliviar um pouco o peso.

 

Muitas vezes não percebemos de imediato algumas coisas que só vão ficar claras anos depois. Amigos íntimos passam a ser conhecidos, preferências e valores mudam, e vivemos um luto pela amizade que deixou de ser. Se quisermos realmente viver uma nova vida e nos dedicar aos nossos objetivos, teremos que colocar nossa energia onde estamos, com as pessoas que estão à nossa volta. 

 

Em muitos momentos, naturalmente nos afastamos das pessoas que deixamos para trás e elas se afastam de nós. Não é culpa sua, nem culpa das amizades que ficaram. Sem julgamentos, as coisas são como são – são escolhas de caminhos de vida. É doloroso aceitar essa distância, pois significa fazer um luto pela vida que não aconteceu no Brasil porque escolhemos um caminho diferente. É o luto pelo que poderia ter sido, mas que nunca saberemos. Isso não significa que as coisas teriam sido iguais se tivéssemos ficado, porque a única certeza é que tudo está em constante mudança, e que todos nós estamos fazendo escolhas para suas vidas a cada momento que passa. Perceber que a vida muda com ou sem a gente, é a maneira que encontramos para seguir caminhando.

 

Se você se sente frustrada, isso é parte da experiência humana. Se você sente raiva, isso é parte da experiência humana. Se você se entristece, é parte da experiência humana. Se cavamos fundo na saudade, encontramos um presente: amor. Morar fora é viver com a dor de ser esquecida/o e a gratidão pelas relações vividas.

 

 

Migrar pode ser um processo muito difícil, e muitas vezes nos sentimos isoladas/os e sozinhas/os em um novo país. É comum sentir saudades da família e amizades que deixamos para trás, mas a psicoterapia pode ajudar a lidar com esses sentimentos enquanto se cria uma vida com mais significado. É importante abrir nossos corações e nos permitir construir novos relacionamentos com as pessoas ao nosso redor. Afinal, há muita coisa boa nesse novo lugar que estamos, incluindo momentos de qualidade e surpresa. Ao respirar fundo e se permitir explorar o mundo ao nosso redor, podemos encontrar um ponto de equilíbrio entre nossa nova vida e a necessidade de estar presente em dois lugares ao mesmo tempo. É uma jornada de descoberta pessoal e crescimento emocional, mas com coragem e paciência, podemos criar um novo lar e encontrar a felicidade onde quer que estejamos.

 

 

Um abraço Luiza Sbrissa, psicoterapeuta na Espanha

 

 

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Quem escreve:

 

Luiza Sbrissa é Psicoterapeuta especializanda em Terapia de Aceitação e Compromisso e Mindfulness, e se dedica a ajudar brasileiros/as e hispanohablantes que vivem no exterior a melhorar sua saúde mental e bem-estar. Com formação em Psicologia e Mestrado pela Universidade Federal de Santa Maria no Brasil, Luiza tem experiência em pesquisa na Espanha em temas como Psicologia Social, migrações e estudos feministas, o que traz uma perspectiva interdisciplinar e multicultural para o seu trabalho como Psicoterapeuta. Ela oferece suporte online a pessoas em todo o mundo, ajudando-os a desenvolver habilidades para lidar com emoções difíceis e construir uma vida mais plena e satisfatória. Seu objetivo é fornecer um espaço seguro e acolhedor para que a pessoa possa explorar seus pensamentos e sentimentos, descobrir seus valores e aprender a agir de acordo com eles.

 

 

 

 

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João Crepaldi
João Crepaldi
1 ano atrás

Ótimo texto para reflexão.

Intercambiamente
Intercambiamente
1 ano atrás
Responder  João Crepaldi

que bom que fez sentido Joao, seja bem-vindo por aqui! obrigada pelo teu comentário!

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