Cada uma de nós tem uma história, motivações e razões únicas para deixar o Brasil em busca de uma vida melhor. Essa decisão é difícil e corajosa, porque significa deixar para trás tudo o que conhecíamos e amávamos. Como psicóloga que acompanha outras brasileiras imigrantes, reconheço a importância de validar nossas experiências e encontrar significado e propósito na nossa nova vida. Mas nem eu nem ninguém pode saber como é estar na sua pele, ainda assim, saiba que muitas mulheres imigrantes dizem através da boca e do coração: “Eu vejo você”.
A jornada de uma mulher imigrante real e não-romantizada é complexa e muitas vezes solitária. Enfrentamos uma transição, deixando para trás nossa cultura, identidade e relacionamentos, além de enfrentar estigmas e discriminações por sermos latinas e brasileiras. É especialmente cruel quando mulheres são hipersexualizadas, objetificadas e racializadas. As microagressões constantes podem ser dolorosas e desestabilizadoras, afetando negativamente a autoestima. Mesmo diante desses desafios, seguimos adiante, ocupando o mundo e pertencendo a nós mesmas. “Eu sinto muito”.
Podemos vencer muitas dificuldades quando contamos com o apoio de uma outra mulher. Nos sentimos mais fortes e menos isoladas trocando orientações e tendo companhia. Compartilhar nossos medos e desejos dentro de um vínculo seguro nos aproxima e nos enraíza. O ato de oferecer e receber apoio é poderoso e transformador a nível pessoal e coletivo. “Eu te agradeço”.
A ideia de rivalidade entre as mulheres é uma criação patriarcal e capitalista que nos prejudica. Não significa que precisamos gostar ou aprovar tudo vindo de uma mulher. Mas podemos questionar nossas atitudes em relação a outras mulheres e perceber quando estamos nos comparando inutilmente, nos sentindo injustiçadas ou ameaçadas como minoria e agindo com medo. Precisamos fortalecer redes de apoio para combater a misoginia e a opressão, que infelizmente ainda estão presentes em todos os lugares. “Eu te aceito”.
Ser imigrante é uma parte importante de quem somos, mas não nos define completamente. Nossas experiências de vida nos moldam de maneiras profundas, mas não devemos ser limitadas por elas. Nos permitimos ser seres humanos inteiras e complexas, com sonhos, medos e esperança, honrando cada parte da nossa identidade, incluindo aquelas que existiam antes de migrarmos. “Eu admiro você”.
Somos muito mais do que os estereótipos e rótulos que nos colocam. Somos resilientes, adaptáveis e capazes de superar obstáculos no nosso caminho. Somos mães, filhas, amigas, namoradas, esposas, trabalhadoras, estudantes, somos sonhadoras. Somos mais do que imaginávamos ser. Migrar nos apresentou novas versões de nós mesmas. Apoiamos e incentivamos mulheres no exterior, porque uma brasileira pode fortalecer muitas outras. “Eu te abraço”.
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Um abraço afetuoso da Luiza Sbrissa, psicoterapeuta na Espanha
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Quem escreve:
Luiza Sbrissa é Psicoterapeuta especializanda em Terapia de Aceitação e Compromisso e Mindfulness, e se dedica a ajudar brasileiros/as e hispanohablantes que vivem no exterior a melhorar sua saúde mental e bem-estar. Com formação em Psicologia e Mestrado pela Universidade Federal de Santa Maria no Brasil, Luiza tem experiência em pesquisa na Espanha em temas como Psicologia Social, migrações e estudos feministas, o que traz uma perspectiva interdisciplinar e multicultural para o seu trabalho como Psicoterapeuta. Ela oferece suporte online a pessoas em todo o mundo, ajudando-os a desenvolver habilidades para lidar com emoções difíceis e construir uma vida mais plena e satisfatória. Seu objetivo é fornecer um espaço seguro e acolhedor para que a pessoa possa explorar seus pensamentos e sentimentos, descobrir seus valores e aprender a agir de acordo com eles.
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