Para nós mulheres migrantes, a síndrome da impostora pode ser uma experiência extremamente desafiadora e dolorosa. Ao construir nossa vida em outro país, somos muitas vezes confrontadas com uma infinidade de obstáculos culturais, linguísticos e sociais. Podemos nos sentir inseguras em relação ao nosso lugar e experimentar uma sensação de inadequação e desvalorização. A sensação de não ser suficiente pode se estender além do âmbito profissional e comprometer nossa autoestima, nossos relacionamentos e nossa qualidade de vida. Por isso, nossas Psicólogas Intercambiamente fornecem algumas dicas para superá-la e seguir em direção a uma vida mais plena e satisfatória, onde você escolher estar nesse mundo!
Como mulheres migrantes enfrentamos muitos desafios em relação ao idioma, burocracias, estudos, integração social, busca de emprego etc. Esses desafios podem aumentar a sensação de inadequação, uma vez que podemos sentir que não estamos nos encaixando ou não estamos nos adaptando rápido o suficiente. Além de sentir que não pertencemos, podemos pensar que não temos as habilidades necessárias para ter sucesso em nossa nova vida.
Esses sentimentos podem ser ampliados por pressões culturais que colocam um alto valor na realização e no sucesso. Podemos estar sofrendo para atender às expectativas impostas por nossas famílias ou comunidades de origem. Essa pressão pode aumentar ainda mais a crença de que não somos boas o suficiente, apesar dos nossos esforços.
A síndrome da impostora também pode ser agravada pela falta de representação e inclusão de pessoas migrantes ou de minorias étnicas em determinados campos profissionais ou espaços do dia-a-dia. Muitas brasileiras migrantes podem sentir que são a exceção em sua área de trabalho ou que suas realizações são menos valorizadas devido a preconceitos ou discriminação. Podemos nos sentir provocadas a provar que somos capazes e, ainda assim, sentir que não alcançamos um reconhecimento.
Muitas de nós também já experimentou um sentimento de dúvida e de incerteza, se perguntando se é digna de estar em sua posição atual ou se está realmente qualificada, no trabalho ou em qualquer outro espaço. Pode ser difícil acreditar que mereça o sucesso que alcançou e muitas vezes pode sentir que é uma fraude e que em breve será descoberta. Essa crença pode levar a subestimar suas habilidades e talentos. É importante lembrar que a síndrome da impostora é apenas um sentimento e não uma realidade. Ou melhor, é uma construção social e não deveria definir quem somos e o que somos capazes de fazer.
Como lidar com a síndrome da impostora?
- Reconheça seus sucessos e conquistas: É fácil se concentrar nas coisas que você ainda não realizou e esquecer o quão longe você chegou. Tente fazer uma lista de todas as coisas que você já alcançou, mesmo que pareçam pequenas. Dê a si mesma crédito pelo seu trabalho árduo e realize que você não chegou onde está por acaso.
- Reconhecer que as próprias limitações e falhas existem. A imperfeição é parte da existência humana. O mundo tem ainda expectativas injustas com as mulheres e, sendo imigrantes, as colocam em uma posição de maior desvantagem.
- Conecte-se com outras mulheres imigrantes: Encontre outras mulheres que passaram por experiências semelhantes às suas. Pode ser útil conversar com pessoas que entendem as lutas e desafios que você enfrenta e compartilhar histórias e estratégias de superação. Além disso, a conexão com outras mulheres imigrantes pode ajudá-la a sentir-se menos isolada e mais integrada.
- Desafie seus pensamentos negativos: Quando você se pegar pensando que não é boa o suficiente ou que não merece seu sucesso, pergunte-se se esses pensamentos são baseados em fatos ou apenas emoções. Tente identificar os padrões em seu pensamento e olhe para eles como uma voz dura e crítica, que às vezes surge na sua cabeça. Assim como tem dias que essa voz fica mais alta, também há dias que ela fica mais baixa.
- A terapia pode contribuir com técnicas de mindfulness e autocompaixão que podem ajudá-la a se concentrar em suas próprias necessidades e sentimentos, sem tanto julgamento. A terapia também pode ajudá-la a desenvolver habilidades de comunicação assertiva e a se afirmar em situações em que se sente insegura ou inadequada. Peça ajuda profissional quando precisar e lembre-se de que a terapia é um processo colaborativo.
Em resumo, a síndrome da impostora é um desafio comum enfrentado por muitas mulheres imigrantes, Precisamos lembrar que é uma construção social que não tem base na realidade, e que não precisa definir nossa experiência de vida. Somos pessoas fortes e capazes, com nossas próprias habilidades e experiências. Com o tempo e a ajuda certa, é possível superar esses desafios e prosperar em nossa nova casa.
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